A VOZ E O VENTO
Com o vento
fazem-se a voz
e as palavras
que viajam e são
facas afiadas
ou plumas de
algodão.
Vibração,
transformação,
Calma, fogo na
alma
insistente desejo
Persistente sonho
por sobre a pele
morna,
tenra, límpida.
O brilho de
mil girassóis filtrando
teu rosto, teus
seios e a bela
paisagem nua de
teu ventre.
Com a voz e as
palavras,
que faço?
Nestes dias
intensos
em declive de gume
de mil facas.
Voz e vento, ambos
passam
mas as palavras,
ah! as palavras ficam
facas afiadas
ou plumas de
algodão?
Sei não!
MUCURIPE
Pedi ao Mucuripe,
o farol
Não deixasse
afundar navio
Na noite, no dia
ou no frio
Que fosse luz no
arrebol.
Pedi um pouco
mais:
Pedi que
iluminasse o ar
Pedi foram os seus
sinais
Ao vento qu`irá
chegar.
Para ao abrigo do
cais,
Navio encontrar um
lugar.
É o segundo farol,
Aviso à navegação.
No ponto onde
nasce o Sol,
Não me deu
resposta não.
Mas a o navio
ancorou,
Como sinal de
confiança,
Por entre os
morros na barra,
Falou-me, sem me
dizer nada:
Que devo ter
esperança!
O ESPELHO
Quem me olha e é
sempre bem
[mais velho do que
eu?
Contudo, o meu
rosto...
Torna-se cada vez
menos estranho...
Deus! Deus! Acho
que este é meu pai!
Meu pai que há
pouco morreu!
Somos assim...
Duros, os meus
olhos querem saber:
“O que foi feito
de nós?!”
Vagarosamente
concluo, face a face, a
[cada sulco na
face.
Eu sou a ti
idêntico,
Vagarosamente
concluo, face a face, a
[cada sulco na
face.
Aquela teimosia,
sempre...
Nossos enganos,
por fi m, os mesmos.
Mas sei que o vi,
um dia em mim
No espelho, face a
face.
Vi-o sorrir,
lágrimas nos olhos,
Sem o velho
orgulho.
“O que foi feito
de nós?!”
AMOR AO EXTREMO
Me solta a pele
das lembranças,
Desde quando
perdemos a cabeça!
Desde quando
perdemos o jeito à desculpa,
Nasceu uma dor
profunda!
E esta dor da
ausência em mim é outono,
Esta dor ausência
torna-me árvore desfolhada
Esqueço que todos
nós esquecemos,
E a nossa história
fica estagnada, parada...
Se deixarmos os
sonhos e as saudades
Ficar colados na
pele que se perde todos os dias.
Aos poucos nos
vamos se desfazendo,
Então falta uma
carícia, uma lágrima,
Um poema, falta
uma canção
Umas palavras de
amor ou mentiras,
Então quando as
bocas se juntam num beijo,
Fica o mel do
abraço, fica a beleza do sonho.
Para mim o amor
tem que ser assim:
Explodimos de
alegria
Ou nos
despedaçamos de dor!
Para que amor que
não vai ao extremo?
POEMA DE LUISA
Luisa de branco é
a nata, a escol.
Belo botão a
desabrochar...
É o prodígio da
vida
E o de ser
mulher...
Sopro suave do
vento.
Cabelos de mel
Derramados do céu!
Veio trazer
alegria
E inspirar poesia!
Sinto teu perfume.
Doce fragrância!
Te vejo iluminada.
Igual a uma
criança...
Passeias descalça
em meu sonho.
Luisa é o sal,
Que dá sabor a
vida
E o doce que
anestesia as feridas!
É luz na
escuridão!
Um conforto, o
alivio da dor.
Luisa é o sossego
em flor!
---
Fonte:
Revista Acadêmica da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes, edição IV, ano 2013, Fortaleza, 2013.
Fonte:
Revista Acadêmica da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes, edição IV, ano 2013, Fortaleza, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário