DESCONHECIDO PANTANAL
Sou o pensamento
O vento soprando
forte
O barco da sorte
O sorriso da
alegria
A força da magia
A dor do fraco
O segredo do forte
O medo da vida
A façanha da morte
Sou desconhecido
Um artista
Um enredo
E a sua fama
O corte da grama
O empenho e o
engenho
Que medra em face
Com a corte da
arte
Desconhecida...
Sou
desconhecido...
Um pobre rico
calado
Que canta...
canta... canta...
Mas não tem canção
E vive em lágrimas
Com a tragédia da
destruição.
PANTANAL – AMOR – DESTRUIÇÃO
No ecossistema
Pantaneiro
A fauna está em
festa
O tom da dança é o
biguá
Com seu frenético
jeito
De pescar
Querendo ser arara
Na cor da beleza
Araras de diversos
matizes
Azuis-vermelhos-dourados
O misto de luz e
água
– ao fundo a
vegetação
Combina com a
plumagem das aves
Num quadro de
infinita beleza
É o florescer das
espécies
Mais encantadoras
do mundo
Beleza
Toxina
Abuso
Descuido
Corixos dos tempos
idos
Aguapés de
eternidade
Sonho vivido
Às margens do
Pantanal
Pureza que guardo
Na visão do tempo
O cerrado
incendiado
Os guavirais
tostados
A ganância dos
avarentos
Tomba e mata
Os sonhos das
crianças
Em nome do cultivo
da soja
De replantar
pastagem
Só pensam em bois
E não respeitam os
limites
Definidos em lei
Por causa da ação
predadora
Quando chove a
terra vai
Parar no fundo dos
rios
Agrotóxicos
Restos da
exploração
Por inúmeras
viagens
Do turismo muita
vez inconsciente
Pessoas
desavisadas que não cuidam
E não respeitam
O nosso Pantanal.
DESCONHECIDO
Sou o pensamento
O vento soprando
forte
O barco da sorte
O sorriso da
alegria
A força da magia
A dor do fraco
O segredo do forte
O medo da vida
A FAÇANHA DA MORTE
Sou desconhecido
Um artista
O enredo
E a sua fama
O corte da grama
O empenho e o
engenho
Que medra em face
Com a corte da
arte
Desconhecida...
Sou
desconhecido...
Um pobre-rico
calado
Que canta...
canta... canta...
Mas não tem canção
E vive sempre em
lágrimas
Com a tragédia da
destruição
SERTANEJO
O Sertanejo é
cabra forte
Rijo e de bom
coração
Não tem sobroço de
morte
Nem pede aumento
ao patrão.
Vive Calado e tem
fé
Os pés descalços
no chão
Tem carinhos na
mulher
Cuida bem de
plantação.
Não sabe falar
bonito
Mas faz bela
louvação
Reza ao seu São
Benedito
Pra chover no seu
sertão.
Se chove é homem
feliz
Rico de milho e
feijão
A ninguém um não
não diz
Garante o pão da
Nação.
Mesmo assim é
desprezado
Sofre troça e
mangação
Vive só e
abandonado
Curtindo a
desilusão.
Sertanejo fala
manso
Ninguém lhe dá
atenção
Vive apenas de
esperança
Pois ninguém lhe
estende a mão.
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Fonte:
Revista da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras: nº 7 - março de 2005
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