SÚPLICA COM PLUMAS
Não só tua máscara
é de plumas,
pacífica Serpente
asteca gravada nos
sarcófagos.
Duplo do Coyote,
outras plumas de
pássaro
em teu corpo
nascem
quando o sono
precede
o sonho
tecido no fundo do
poço.
Eu sou,
agora,
o plasma das
dobras
que enrolas e
desenrolas
inspirada por
Montezuma.
Suplico:
volte às origens,
inventora do zero,
astrônoma suicida,
estrela ascendida
pelas eternas
agulhas do fogo.
MOTOR SELVAGEM
Volátil Serpente
do quinto dia,
arquétipo de
gêmeos,
zodiacal matriz
que os sexos
e os princípios
aproxima.
Motor selvagem,
o negativo
&
o positivo
paridos pela luz
divina.
Na Ursa Maior
um triângulo
oblongo
outra Constelação
reflete no
espelho.
Com penas verdes
na cauda e na
cabeça
podia ser Onda
Marinha
mas o inimigo sabe
que não é.
Entre as ruínas
do Castelo
nos moveremos
melhor.
SOB O OLHAR DE SALOMÃO
Deus-serpente,
Senhor da manhã,
a imortalidade
celebro
após tua doce
carne comer.
Neste ninho,
cidade
em movimento,
sou um dos filhos
amados
atraídos pela
fonte central.
Cristo-serpente,
Serpente-Cristo,
a divindade é o
sangue
guardado na redoma
de ouro.
Moisés-serpente,
Serpente-Moisés,
mesmo não sendo de
bronze
levantado quero
ser.
Levantado
pela espinha
sob o olhar de
Salomão.
OUTRA É A ÁRVORE
Não é aos pés
de qualquer árvore
que a sabedoria
cresce.
Outra é
a Árvore
pousada pelo
pássaro certo
quando o saber é
gerado
pelo número
secreto.
Não quero o poder
de as águas
dividir.
Basta-me o amor
de à Emplumada
servir.
Sem regalias,
as ordens do Rei
Perdido
com devoção
cumprirei.
Assim,
no vaso escolhido,
sem deixar uma
gota cair
o néctar
colocarei.
ANTES DO APOCALIPSE
Amuletos
de prata pura
nas orgias de
Agosto.
Tomou absinto.
Depois,
retornou à
planície
de mãos vazias.
Nela permanece,
confortado pelo
profeta
do nada Absoluto.
Sem memória,
os nós das
lembranças
não desata.
E assim no Caos
substituiu o Deus
ausente.
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Fonte:
Fonte:
revista Brasileira: Fase VIII - Outubro-Novembro-Dezembro 2014 - Ano III Nº 81
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