O NOVO CRISTO
Leva tua cruz
obstinadamente
Seja ela signo e
bandeira de luta,
Certamente
sangrarás pelos caminhos,
Mas os rastros de
sangue sejam marcas
De um valoroso e
constante labutar.
E quando
descansares o madeiro,
Sem mais força do
peso sustentar,
É certo que
ouvirás da estranha turba
O grito: é manha!
A ferros! Crucifiquem-no!
Eis a humanidade a
que chegou,
Nos modernos
tempos que vivemos:
Pregar honestidade
e honradez
É expor-se à sanha
dos corruptos,
Abrir feridas e a
própria sepultura.
Mas seja tua cruz
– bandeira e signo –
O símbolo maior do
chamamento,
A poderosa Cruzada
dos honestos,
Em novo ciclo e
construção de mentes,
Nem que dos cravos
o sangue se derrame.
AMADA POESIA
Para habitar um universo poético,
basta estar impregnado de substância
lírica...
basta amar
(Patrícia Bins)
Quando a noite
baixa
O silêncio se
petrifica.
Nas pedras do
silêncio
Mora uma saudade
imensa
Embarco nela.
A mente é uma
corrente
Em busca do teu
mundo
Radiante de luz e
amor.
Às vezes dormes,
Respeito teu
dormir,
Mas se não te
acordas
Vou morrendo
Aos poucos...
Aos poucos.
A IRA DA NATUREZA
Um pássaro cantou
um canto santo, na
floresta virgem.
Depois vieram os
madeireiros,
com serra na
mão...
os pássaros
atônitos fugiram,
labaredas subiram
e a paz da selva
evaporou.
A natureza assim
contrariada,
das cinzas fez
nascer urtigas,
espinheiros,
cobras venenosas
e a víbora de mil
pernas
trouxe a morte.
Explodiu no
coração da selva
a ira e nada mais
brotou.
BREUSA
Nunca direi de ti,
o que de fato és,
diáfana mulher,
sublime estátua.
Irás às estrelas
e eu, aqui –
pesada carne,
aprisiono o
espírito,
enquanto puxa-me
a corda –
gravidade
aos páramos do
indizível.
Um dia, quem sabe,
na grande obra,
corolário dos
sonhos,
possa pegar a tua
mão
e beijá-la
em real
genuflexão.
Tarde demais?
Talvez,
seguiremos juntos
os caminhos da
infinitude.
AO OUTRO
O bem que te faço
é dar-te
liberdade.
Quem impõe ao
outro
sua
individualidade,
contraria a
natureza,
aprisiona o livre
arbítrio,
parte a lei
natural,
deixa na solitude,
o ser agrilhoado
à esfera mínima
dos sonhos.
A grandeza diz:
- Dá-lhe asas para
voar.
No voo, a
experiência
mostra os
caminhos.
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Fonte:
Academia Rio-Grandense de Letras
Fonte:
Academia Rio-Grandense de Letras
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