ILUSÕES DE VIDA
Quem
passou pela vida em branca nuvem
E em
plácido repouso adormeceu;
Quem não
sentiu o frio da desgraça,
Quem
passou pela vida e não sofreu,
Foi
espectro de homem - não foi homem,
Só passou
pela vida - não viveu.
RECORDAÇÕES
Oh! se te
amei! Toda a manhã da vida
Gastei-a
em sonhos que de ti falavam!
Nas
estrelas do céu via teu rosto,
Ouvia-te
nas brisas que passavam:
Oh! se te
amei! Do fundo de minh’alma
Imenso,
eterno amor te consagrei...
Era um
viver em cisma de futuro!
Mulher!
oh! se te amei!
Quando um
sorriso os lábios te roçava,
Meu Deus!
que entusiasmo que sentia!
Láurea
coroa de virente rama
Inglório
bardo, a fronte me cingia;
À estrela
alva, às nuvens do Ocidente,
Em meiga
voz teu nome confiei.
Estrela e
nuvens bem no seio o guardam;
Mulher!
oh! se te amei!
Oh! se te
amei! As lágrimas vertidas,
Alta noite
por ti; atroz tortura
Do
desespero d’alma, e além, no tempo,
Uma vida
sumir-se na loucura...
Nem
aragem, nem sol, nem céu, nem flores,
Nem a
sombra das glórias que sonhei...
Tudo desfez-se
em sonhos e quimeras...
Mulher!
oh! se te amei!
MORRER DORMIR
SONETO
Morrer...
dormir... não mais! Termina a vida
E com ela
terminam nossas dores:
Um punhado
de terra, algumas flores,
E às vezes
uma lágrima fingida!
Sim! minha
morte não será sentida;
Não deixo
amigos, e nem tive amores!
Ou, se os
tive, mostraram-se traidores,
Algozes
vis de uma alma consumida.
Tudo é
podre no mundo. Que me importa
Que ele
amanhã se esbroe e que desabe,
Se a
natureza para mim é morta!
É tempo já
que o meu exílio acabe,
Vem, pois,
ó Morte, ao Nada me transporta!
Morrer...
dormir... talvez sonhar... quem sabe?
RECORDAÇÕES
Oh! se te amei!
Toda a manhã da vida
Gastei-a em sonhos
que de ti falavam!
Nas estrelas do
céu via teu rosto,
Ouvia-te nas
brisas que passavam:
Oh! se te amei! Do
fundo de minh’alma
Imenso, eterno
amor te consagrei...
Era um viver em
cisma de futuro!
Mulher! oh! se te
amei!
Quando um sorriso
os lábios te roçava,
Meu Deus! que
entusiasmo que sentia!
Láurea coroa de
virente rama
Inglório bardo, a
fronte me cingia;
À estrela alva, às
nuvens do Ocidente,
Em meiga voz teu
nome confiei.
Estrela e nuvens
bem no seio o guardam;
Mulher! oh! se te
amei!
Oh! se te amei! As
lágrimas vertidas,
Alta noite por ti;
atroz tortura
Do desespero
d’alma, e além, no tempo,
Uma vida sumir-se
na loucura...
Nem aragem, nem
sol, nem céu, nem flores,
Nem a sombra das
glórias que sonhei...
Tudo desfez-se em
sonhos e quimeras...
Mulher! oh! se te
amei!
PARA QUE VER?
Por que, divino
Mestre,
Com teu poder
celeste,
Ao homem que
cegara,
De novo ver
fizeste?
Que lhe mostrava a
terra
Que a vista
merecesse?
Maldades e
perfídias
De sórdido
interesse!
Tua doutrina,
cego,
Ouvia e meditava.
Sem cogitar no
mundo,
Ao céu se
remontava.
Um cão, umas
crianças
Lhe davam
assistência;
O cão -
fidelidade,
Crianças,
inocência!
De humana piedade
Teu ato foi,
Senhor!
Mantê-lo na
cegueira
Fora de um Deus
favor!
---
Fonte
"Toda a Poesia: Antologia Poética". Poeteiro Editor Digital. São Paulo, 2015.
NÃO SE COMENTA UM POETA!.. ADMIRA-O!.. OU QUANDO NÃO... IGNORA-O!
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