O CORVO DE JOÃO CABRAL
nunca
nem morre e(ver)
pois sendo um
&
de cuja espécie
não existe algum
vive
certo sim certo
não
aqui ali
na contramão
O QUE SERIA DE LAMPIÃO SEM O PONTO CRUZ
o céu o sol o
sertão
cem centos pontas
facas
balas & cactos
lâminas &
lixas
representamentos
imagens
bornal em zelosa
karmação armada
de ponto cruz
TOM ATÔMICO JOBIM
na navegabilidade
duns anjos
barro-renascentistas
pós-humanos
&
pluriantenadécios
chamam (no) tom
astia
o antônio maestro
brasileiro chega
de
saudade há sinal
de
(o)rganism(o)
(o)rgasm(o)
no planeta brasil
pega
esse cruzeiro
navega
inverga o galeão
chega
de avião
SÃO PAULO 3
para o marcelo, in
memoriam
o pai que sou
&
um dia teve de
arrumar
as flores no
último leito de seu
quarto
filho
nunca de nunca não
desimpregna-se
jamais do grosso
da massa da morte
o pai
tornou-se um campo
sem visão
MUNDO
porto
passou
ficou ponto
posto
pasto
mundo solto
mar
morto
en
volto
---
Fonte:
revista Brasileira: Fase VIII - Julho-Agosto-Setembro 2014 - Ano III - Nº 80
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