segunda-feira, 8 de junho de 2015

Virgílio Várzea: "A pesca das tainhas"

A PESCA DAS TAINHAS
A Manoel Curvelo


I
 
Do lado de leste, do mais alto cabeço da penedia, o vigia rompera a acenar com a sua camisola vermelha. Era um magote de tainhas que negrejara ao longe, à superfície do mar verde, caminhando na direção de terra.

No rancho do Amaro, a muitas braças distante, estavam as duas canoas grandes, carregadas de redes, puxadas de popa até meia praia, sobre grossos rolos enormes, com as suas proas finas e alterosas de gôndolas que cortam as vagas iradas. Voltadas para o mar, na maré que subia às vezes arrancavam por si mesmas, investindo contra o oceano, na arrebentação espumosa. Então os tripulantes, camaradas e ajudantes das redes, que se achavam deitados, à espera que o peixe aparecesse, fumando e palrando à sombra do rancho que o vento do mar refrescava, acudiam correndo e, atirando-se às ondas revoltas que os enchiam até a cintura, voltavam com elas de rastos, praia acima, segurando-as pelas toleteiras e bancos, todos curvos e rubros naquela rude aplicação muscular.

De repente, o Delfino, um dos proprietários das redes, que estava de pé sobre um cômoro, a fixar o mar e vários pontos da costa com os seus olhos de grande visão, deparou com a enorme manta de peixe, ao mesmo tempo que dera com o sinal do vigia: e no atabalhoamento constante de nervoso, os braços no ar, botou-se a toda para o rancho, a gritar:

— Lá estão abanando! Lá estão abanando! Repontou agora, na altura dos Ganchos, uma manta de peixe que é um Deus nos acuda! Corram! Olha as canoas que larguem. Depressa!...

Todos ergueram-se a uma, olhando o mar, com as mãos arqueadas sobre os olhos. Gritos estrugiam de todos os lados:

— É verdade, que alentada que era, Nossa Senhora! Nunca se vira tanto peixe assim! Eram para mais de cem mil! Aquilo ia coalhar tudo...

Além, de pé, sobre a rocha alta, o vigia continuava a acenar.

As canoas largaram imediatamente para as bandas da Ilhota, afogadas em rolos de espuma que rebentavam ruidosamente à proa, levantando-as no ar. O pessoal das redes deitou a correr por terra, abanando também. O peixe vinha pouco a pouco acostando, entre a ponta do Rapa e as Feiticeiras. Aí as canoas aportaram por instantes, largaram em terra o calão, que um camarada segurou logo e fizeram-se ao largo, contornando por fora, em perpendicular à praia, o magote inteiro, agora mais conglobado na volta da enseada.

À proporção que se afastavam as canoas, o patrão, à popa, ia dando cabo — e a beta negra desenrolava-se, o chicote em terra, o seio a riscar as águas balançantes. Depois, lá fora, além, as embarcações descreveram uma curva em direção ao Canto das Pedras e as cortiças redondas começaram a flutuar, espaçadas na tralha, como um cordão de enigmáticas reticências, que os vagalhões sacudiam e desalinhavavam no seu dorso espumoso.

As canoas aportaram de novo, vazias, alagadas das invasoras ondas hostis, conduzindo a outra ponta da beta, que traçava sobre o mar como o desenho gigantesco de uma ferradura.

Naquele dia era esse o primeiro lanço.

Os ajudantes e camaradas, arrumados em duas turmas, uma a cada ponta do cabo, entraram a puxar as redes em fila, a um de fundo, com os pés fincados no chão, caminhando de costas, num esforço lento e poderoso de bois de canga, como se estivessem a arrancar alguma pesada, invisível riqueza do fundo torvo do mar. Mas parecia trabalharem esterilmente, porquanto o serviço não avultava senão em rolos infindáveis de cabo, que rapazinhos arranjavam, aqui e ali, por sobre a faixa branca da praia.

Entretanto o enorme disco preto de ferradura diminuía aos poucos e as cortiças balançantes se aproximavam mais...

II 
Era em princípios de junho, um domingo de tarde. No alto, o céu límpido e azulado arqueava-se numa translucidez magnífica. À margem das estradas arenosas e brancas os coleiros dobravam nas ramagens altas. Sopravam leves aragens de norte, cálidas ainda neste começo de inverno. Os cafezais tufados cercam as casas de basta verdura carinhosa, e os laranjais estrelados de frutos de ouro murmurejam e lançam perfumes capitosos, que enlanguescem as lindas raparigas alegres que perpassam, aos grupos, faceiras e de mãos enlaçadas, convidando-as a amar pelos caminhos agrestes. Os campos de Canasvieiras verdejam e criam, com os seus altos capões de mato, banhados de sol, adormecidos e cheios de silêncio numa paz luminosa.

As filhas do Amaro, como haviam combinado pela manhã, na missa, com as primas da Cachoeira, estavam já à espera, sentadas ao paredão do terreiro, com os seus paletós brancos bordados, vestidos de chita em cassa e fitas azuis no cabelo. Iam até a praia ver as redes cercar, porque o dia estava admirável. Tinham-se juntado as duas redes, a do pai e a do Delfino, da Várzea de Baixo. Depois o Justino, o primo da cidade, o filho da tia Josefina, havia chegado na véspera à noite, com uns moços, para o batizado do filho do Chico Abreu e, segundo tinha dito, na igreja, talvez fosse até a praia, de tarde, com os companheiros, que desejavam assistir ao lancear das redes.

E as raparigas do Amaro tinham logo ferrado namoro com dois dos rapazes, apesar de uma delas, a Candoca, achar-se comprometida com o Zé Souza, um rapaz moreno e robusto que era patrão das redes.

Eles já tinham passado, os rapazes, pois que a Rosa do Albino os avistara lá do morro, quando fora mudar a vaca.

As primas chegaram dali a instantes; mas antes mesmo de se beijocarem, as outras, que já estavam inquietas, romperam a se queixar da tardança:

— Ave Maria, que tempo levaram! Já pensavam que não vinham! Tanta demora! O que tinham feito até aquela hora, as preguiçosas?...

As primas atalharam logo, sorrindo:

 — Cruzes, mulheres! Que impaciência! Pois a que horas queriam que viessem? Aquilo também não era sangria desatada...

E todas juntas desceram a escada de pedra, apressadas, a cochichar ao ouvido umas das outras, com risadinhas sonoras: tomaram à direita, muito alegres, pela estrada a fora, com as fitas ao vento, numa palração animada.

Homens a cavalo, vindos de longe, das Aranhas, dos Ingleses e das Capivaras, passavam por elas, dando-lhes “boas tardes”, trotando. As raparigas não respondiam quase, gracejantes, tolhidas por ondas de riso torrencial, zombeteiro e cristalino, riso perene e roceiro das moças em bando. E prosseguiam, enchendo o caminho de gorjeios e sonoridades inefáveis, a se beliscarem entre si, aos empurrões e aos saltos, sentando-se às vezes na areia clara a repousar por instantes, outras disparando loucamente, numa inquieta expansão adorável. Assim chegaram à praia.

O sol ia rolando no poente dourado: a praia branca faísca e um canto de mar reluz fantasticamente, coalhado de ouro, com intensas espelhações cor de brasa.

III 
Os camaradas e ajudantes das redes colhiam, agora, com admirável trabalho de destreza, as primeiras malhas. O peixe sentindo-se em seco, entrou a saltar, aos milhares, com relâmpagos cor de prata, indo caído outro lado da tralha, com um ruído de mancheias de pedras arremessadas à água. Cavaleiros, homens a pé, mulheres, crianças, afluíam, correndo de toda a parte. E o peixe começou a alastrar a praia, numa onda viva e colossal de corpos fulgurantes, torneados, polidos, como formados de aço, a se debater, aos roncos, numa angústia e convulsão de morte, as bocas abertas, ofegantes, como exalando almas. Eram tainhas do corso, de mais de meio metro, lançadas ali aos milhares, de barriga argêntea e dorso verde negro, a cabeça alentada, a chicotear tremulamente, com as escamosas caudas de prata, o pó alvo, granulado da areia. As redes rojavam agora, em desordem, naquele pedaço da costa, com o seu esburacado tecido de malhas, à maneira de velhas bambinelas rasgadas, sacudidas à babugem e lixaria das praias.

Mas os remadores das canoas volveram logo a cuidar das redes, lavando-as e embarcando-as com prodigiosa atividade, enquanto o resto do pessoal pegava as tainhas no lagamar e sacudia-as ao alto da praia, contando-as aos pares, num enorme montão que aumentava.

— Cem mil! gritou o Zé Souza, erguendo-se e mandando botar para baixo o canoa que patroava.

As filhas do Amaro e as primas olhavam, de cima de um cômoro, palrando alegremente, ao lado do Justino e dos outros rapazes, que comentavam com admiração o prodigioso lanço. Filhos da cidade, assistiam pela primeira vez, encantados, àquele belo espetáculo. Só o Justino, que ali nascera e ali se criara até os quatorze anos, havendo capinado outrora a sua terra e puxado a sua rede e o seu carro, e que, não fazia muito tempo, deixara o sítio para se ir empregar na cidade — mostrava-se indiferente a tudo aquilo. Contudo, às vezes, nos momentos de desânimo, que de saudades! dizia. Os outros afirmavam que aquela vida era incomparável, não havia melhor. E diziam querer envelhecer e morrer, serenos e cheios de paz, em um sítio como aquele, com uma rede de pesca, uma roca, um cavalo de montaria, uma junta de bois e um jarro, numa casinha branca, com o engenho da farinha ao lado, entre pomares, ouvindo os sabiás cantar nas laranjeiras em flor.

As moças riam, replicavam:

— Qual! Era o que eles diziam. Não havia nada que se comparasse à cidade. Aquilo era um deserto, cheio de tristeza e miséria. Nem bailes havia! nem festas! nem procissões! nem nada! Bem o podiam dizer elas, que ali passavam a vida...

Mas o Zé Souza dera com as raparigas e ficara a espreitar um bocado, surpreendido, por trás de uns cavaleiros apeados — roído de ciúme, com uma palpitação repentina e relâmpagos de ira no olhar. Já desde a véspera, à noite, em casa do tio Amaro, na varanda, quando chegara e encontrara aqueles pacholas, tinha notado que a Candoca não tirava os olhos de um deles. Marcara bem o sujeitinho, muito disfarçado, a rir e a contar proezas. Aborrecido, quisera-o rebentar a murros, logo à saída de casa, mas não o fizera por atenção ao Justino, que era seu amigo, mesmo porque pensara, que a história não fosse adiante, pois eles retirar-se-iam naturalmente após o batizado. Mas ali estavam ainda — ele muito tolo, ela muito derretida, a lambisgoia. O rapaz que não se fiasse, entretanto, e se pusesse bem com Deus, porque ele já se ia azedando e era muito capaz de lhe acabar com a casta.

Com efeito o Zé Souza andava triste, sombrio passara a noite em claro e amanhecera desfigurado, cavado, com uma grande agitação.

Os camaradas, que haviam notado o transtorno perguntavam-lhe:

— Oh! Zé, o que é que tens, rapaz? Olha que estás hoje com uma cara... Vá se ver que te fizeram por ali alguma!

O Zé Souza desculpava-se:

— Que não! Nem sempre se estava para rir. Depois era melhor que o não incomodassem...

Os amigos não lhe tornaram a falar mais nisso, mesmo porque a faina das tainhas, absorvendo-os, apagara de todo aquelas impressões...

Mas na canoa, que estava a largar, os tripulantes entraram a gritar pelo Zé Souza. Ele voltou-se de súbito:

— Já lá vou!

Em seguida, de um pulo, galgou o espelho da popa, e caiu em pé no paneiro, governando a canoa, que saltava na vaga — intrepidamente, com agilidade de profissional e de artista.

A outra canoa já se fizera também ao mar.

Iam dar o segundo lanço. Mantas de peixe sucessivas vinham demandando a costa, à aproximação da noite.

Na praia, havia agora uma aglomeração de povo. A notícia das cem mil tainhas mortas à tarde — o maior sucesso da pesca naquele ano, no lugar — levada de boca em boca para o interior, despertara a boa gente dos sítios, entediada e vazia nesse longo dia de descanso. E a população das freguesias mais próximas parecia vazar-se toda para ali, à maneira desses pequenos riachos que a baixa-mar entope, mas que nas grandes marés abrem foz e se expandem para o mar.

IV 
O sol desfalecera de todo, entre púrpuras luminosas, quando teve lugar o segundo lanço das redes e desta vez cento e cinquenta mil tainhas foram arrancadas ao seio inesgotável do oceano. Imensos montões de peixe juncavam a praia, semelhando prateadas dunas, que nesse instante imergiam na poeirada negra e invasora do crepúsculo. Uma aragem fria agitava os palmeirais e o céu no alto começava a se dourar de estrelas.

As raparigas do Amaro e as primas, alegres e palradoras naquele prazer e bom humor que o namoro produz, acompanhadas pelo Justino e os amigos, tinham-se ido recolher ao rancho, onde o velho pai se achava e ardia o lume confortante e doce de uma fogueira. Aí acomodaram-se todas, e mais as da Luíza Théa, que iam chegando, em duas pequenas canoas que havia, enquanto os rapazes ficaram à porta, encostados ao esteio grande da frente.

O Delfino tinha dado ordens para que fossem à Rua Velha arranjar os carros para a condução do peixe. As redes já estavam a enxugar, recolhidas aos varais. E as canoas grandes de voga carregavam, prontas a seguir para a cidade, pela madrugada.

Mas o Zé Souza, que seguira tenazmente do mar, da alta popa da sua canoa, num ódio surdo, oculto e oprimido no peito como o explosivo das bombas, o triunfo do rival, sentindo o coração amantíssimo num despedaçamento supremo à ruinaria daquela paixão que era a alegria e o encanto de toda a sua vida — mal largara o trabalho, viera encostar-se sorrateiramente a uma das empenas do rancho, do lado dos fundos, a espreitar, por entre a tiririca espessa do teto achaletado e baixo, a fim de melhor certificar-se daquela imerecida traição que o alanceava e torturava tanto. E vendo a maneira por que o rapaz e ela se entreolhavam e sorriam, cheios de ternura, à chama saudosa daquele fogo, que estava para ali a arder, entrou a sentir um grande dolorimento e uma grande saudade do tempo em que fora tão querido e tão amado por ela que, muitas vezes, se encontravam sozinhos, aos abraços e beijos, à sombra dos laranjais...

Acometeu-o uma horrível aflição, que lhe traspassava o peito com um regelamento de gume afiado, quase a sensação arrepiante e mortal de mil lâminas elétricas, espetando-lhe furiosamente as carnes. Veio-lhe um acesso de lágrimas, e enterrava nervosamente as unhas no esteio onde se apoiava para poder sofrear os soluços contínuos que lhe estrangulavam a garganta. E, por instantes, os objetos em volta começaram a dançar-lhe sob os olhos alagados, onde toda uma fileteação de cristal lhe raiava as imagens, roubando-lhe a nitidez da visão. Muito perturbado, a esfregar desesperadamente as pálpebras, com a cabeça a latejar de dor sob o acelerado martelar das artérias, que uma forte circulação produzia, teve de repente uma ideia cruel de vingança — esbofetear ou destripar ali mesmo, em presença de todos, o miserável que ousava destruir os seus afetos e perturbar a paz do seu coração. E alucinado, investiu para a porta do rancho. Mas estacou de chofre, porque os rapazes haviam agora entrado, e o tio Amaro estava lá dentro para impedir o plano. E mordendo os beiços, numa fúria e numa medonha irritação animal, resolveu aguardá-los, mas sem ser visto, do lado de fora, firme e de pé como uma sentinela.

Vinham chegando os primeiros carros, que faziam uma volta perto do rancho, rolavam para trás, indo encostar o arcavero de encontro aos montões de peixe. E ouvia-se no escuro a voz grossa do carreiro:

— Eh Cativo! Eh Estrela! Fasta... fasta...

Os homens das redes entraram então a jogar o peixe para dentro das sebes, sobre o estrado do carro, aos trambolhões, numa faina de mil diabos. E de tudo aquilo exalava-se um cheiro acre de maresia.

O Amaro saiu então a dar ordens, enquanto o Delfino, por outro lado, despachava a multidão de compradores de peixe, repartia o quinhão dos ajudantes e dos camaradas, jubiloso e risonho, continuamente a bracejar e a falar, na sua grande animação, daquela pesca opulenta. Na escuridão, ora mais condensada, havia um movimento ruidoso, uma completa confusão de silhuetas que se cruzavam fantasticamente, como num pesadelo dantesco. E através de tudo, ouvia-se, de vez em quando, um intenso rosnar de cães esfomeados, que disputavam o sustento.

Era uma lufa-lufa. Todos queriam ser simultaneamente servidos. Uns apossavam-se dos quinhões dos outros e vice-versa. Ninguém se entendia.

O Delfino então protestava, opunha-se:

— Que esperassem, os diabos! Que esperassem...

As raparigas e os rapazes acudiam à matinada, iam deixando o rancho, quando o Zé Souza saltou de repente de um canto, segurou o rival pela garganta, meteu-lhe um joelho no peito, sacudindo-o longe, por cima de um montão de peixe. Em seguida cavalgou-o, crivando-lhe a cara de punhadas hercúleas, sob as quais o sangue espirrava, em jorros...

Todos então correram, gritando

— Não o mates! Não o mates!

E seguraram o Zé Souza, que debalde se debatia, rosnando:

 — Deixem-me! Deixem-me! Quero ensinar este cão!

O Amaro e o Delfino intervieram também:

— Tu estás doido, ó Zé? Toma juízo. Tu não tens vergonha?

O Zé Souza afastou-se então, de cabeça baixa, silenciosamente, metendo a camisa para dentro das calças. O outro, cercado pelos amigos, levantou-se, tonto, todo sujo, a cara devastada, ensanguentada, empastada de areia, os cabelos revoltos, à procura do chapéu.

As moças, acometidas de grande susto, muito nervosas, tinham-se refugiado no rancho, sem terem podido perceber bem o barulho — e permaneciam ainda inquietas, trêmulas, todas pálidas, a perguntar:

— Que fora? Que acontecera, Virgem Maria?

O Amaro apareceu ao momento, com o seu rijo carão severo:

— Andem! Vamos! Só tinham vindo ali para aquilo... E até aquelas horas!...

As moças, muitos sérias, muito tristes, puseram-se a caminho, sem uma palavra.

A multidão principiava a retirar-se.

Os carros, completamente atulhados, rolavam já pela praia acima, os rodeiros enterrados na areia, chiando monotonamente. Os carreiros, na frente, a aguilhada ao ombro, iam cantando a Tirana. E além vinha despontando a lua, redonda e branca, a iluminar tudo com a sua luz fria e de prata.

Rio, 1891.

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Fonte:
Virgílio Várzea: Mares e campos. Poeteiro Editor Digital. São Paulo, 2014. 

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