A Araújo Figueredo
I
— Ah! é o inglês, o Tagus!
E a voz
grossa e rouca rompeu do caminho, rente à praia, dentre piteiras verdes que
lançavam ao céu gloriosamente, do meio da corbeille das folhas, as
longas hastes finas, lembrando grandes paus de bandeira nalgum chão de cidadela
remota, abandonada à beira d'água, invadida pela verdura espessa.
Então de um grupo
palrador de pescadores e roceiros que ali se juntavam sempre pelas manhãs de
calmaria, quando fora da faina das redes, alguns rapazes se ergueram gritando:
— É o seu Santos. Aí vem ele. Está
decidida a teima...
E um vulto baixo,
reforçado, tisnado, os cabelos alvejantes, apareceu, avançando, trôpego, num
movimento balançado de ombros, destacando vigorosamente no descampado da
restinga, que se abria, ali, num pequeno planalto gramoso dominando a vasta
baía, daquele lado do continente.
Desde
muito, aqueles homens, ali reunidos ao amanhecer, esperando o sinal dos vigias,
discutiam com ardor, em frases rudes agressivas, às vezes em conjunto, e
tumultuariamente, sobre coisas do mar, manobras de navegação, navios que
singravam — quando um steamer
apontou além, na barra, todo negro sob a neblina argêntea. Alguns, apenas o
fixaram, deram-lhe um nome. Mas outros, obstinados, na presunção de conhecer
bem os vapores, discordaram, indicando outras designações, soltando nomes em
profusão, no enleamento da controvérsia, nomes estrangeiros, confusos e
estropeados:
— É o Finance, o Equateur, o Orénoque,
o Polosi...
Outros
opunham-se, protestavam:
— Que não! Qual! Aqueles transatlânticos eles conheciam bem. Não!
Esse que ali vinha era da Mala Inglesa.
Até que afinal o
João Bernardo, um pescador e proprietário de redes, considerado, que possuía o
sangue calmo, e se conservara até ali calado, imóvel e taciturno como sempre,
sentindo-se irritado com “aquelas baboseiras”, resolveu intervir:
— Que diabo estão vocês para aí a dizer?
Ninguém os entende. Deixem vir o seu Santos, que lidou no mar, lá por
fora. Ele é quem sabe. Para isso ninguém como ele...
Os
outros, então, satisfeitos da ideia, num alvoroço, romperam:
— É verdade, o seu Santos é que vai
decidir. Que homem! Conhecia os navios como as palmas das mãos, conhecia-os às
léguas...
E
estranhavam que o homem ainda não tivesse aparecido ali no alto da restinga,
onde era sempre o primeiro.
— Talvez estivesse dando a última na
rede do Porfírio, a que só faltavam os chumbeiros. Era um tresmalhão de encher.
Não havia segunda. Aquilo, lá fora, ia matar muito peixe...
Mal
tinham concluído, quando o velho, que de longe ouvira o berreiro e descortinara
o vapor, assomou no alto, exclamando:
— Ah! É o inglês, o Tagus!
Efetivamente
era o Tagus que, agora, mostrava-se em todo o comprimento, monstruoso,
bem em frente à restinga, as grossas chaminés fumegantes, aproado para o fundo
da baía, mugindo poderosamente num tom vibrantíssimo de basso profundo,
chamando as lanchas da visita...
Aquela
hora da manhã, nessa véspera de domingo, o sol enchia todo o céu com o seu
velário de ouro. Do pequeno planalto avistava-se, aqui e além, todo o longo
recorte da costa, numa desenhação muito nítida. Para um lado, ao norte,
destacando num relevo alteroso, a Boa Viagem, branquejando ao alto a sua
ermida, os morros da praia das Flechas e os menhirs de Icaraí, evocando
saudosamente certos recantos pinturescos da Armórica, povoados de rochas
druídicas: e a praia imensa, até ao Canto do Rio, resplandecia nos panos
cegantes das areias alvíssimas. Para o outro lado, ao sul, faiscando
magnificentemente, como topázio e mica, os grandes lagos azuis e dormentes do Saco
de S. Francisco e Jurujuba, onde começa a rudez do longo costão basáltico de
Santa Cruz, com o seu perpétuo estendal de escomilha: e estendendo-se em
frente, a perder de vista, o mar, manso, majestoso e profundo, achatando-se
numa vastidão infinita.
II
O seu
Santos é um velho marinheiro que rolou dezenas de anos no mar, ora em navios de
vela, ora, mais modernamente, em paquetes, em viagens de longo curso, ou na
pequena cabotagem. De uma descendência de pescadores e criado à beira-mar, onde
nasceu, na curva branca e arenosa da pitoresca enseada de S. Francisco, bem
tenro ainda começou a lutar contra as ondas, cruzando ao longo das praias em
pequenas canoas veleiras. Embarcou, porém, pela primeira vez, para o mar alto,
aos doze anos, num antigo patacho —
o Jovem Princesa. A viagem era para os Estados Unidos e,
metido o carregamento, o navio arrancou, uma manhã, por um ardente e dourado
janeiro. À barra, quando o casco aproou para o norte, com todo o pano ao vento,
e o mar abriu-se, numa vastidão infinita e deserta, para além, para além, e ele
viu, popa afora, à distância, ir pouco a pouco esmorecendo a cidade, as serras
e a outra banda em frente, com a sua costa risonha, as curvas brancas das
praias onde a sua infância cantara e resplandecera — desceu-lhe uma imensa melancolia, uma nostalgia da
família, dos que deixara ali, e desatou a chorar sobre a borda, numa intensa
saudade inexprimível, que lhe apunhalava o peito. Mas a faina rija de bordo
estancou, dentro em pouco, esses sentimentos, e Santos voltou à sua têmpera
resistente, de menino afeito a trabalhos, no meio do rumor das manobras, sob o
ranger da cordoalha sonora, nas amuradas balouçantes que as vagas lambiam. Ao
anoitecer, toda a longa costa saudosa perdera-se de vista, e o mar e o céu
foram-se cobrindo ricamente de um azul ferrete, onde apontava, numa vasta e
profusa rutilação, a cravação palpitante das estrelas...
Foi
nessa primeira viagem que conheceu todos os furores do oceano bravio, quase
perdendo a vida. Havia já três semanas que o navio velejava feliz, desde que
deixara o Rio. Porém uma noite, num mar agitado e crivado de ilhas, chamado
pelo capitão das Antilhas, um tufão de sudoeste caiu de repente, sob uma
trovoada sinistra. A princípio o patacho aguentou-se valentemente nas águas, em
meio dos vagalhões que o cobriam. Mas um mastaréu rebentou inesperadamente,
numa rajada mais rija. Houve um clamor, imprecações e gritos, e logo após, num
tumulto gigantesco, a submersão do navio. Toda a companhia, a bem dizer,
perecera, salvando-se apenas ele e dois companheiros, no fim de uma batalha
tremenda, a que teriam de sucumbir, se não fora a passagem, no outro dia, de um
lúgar inglês, que ia para o Mississipi... Voltara depois ao Brasil, continuando
de novo a sua vida de embarcadiço, na boêmia do mar, ora em navios de vela, ora
a soldadas por mês, em vapores. Fora também, durante muitos anos, boteleiro, no
tráfico do porto, e empregara-se longamente na pescaria, quer fora do barra,
quer nas águas da baía. Agora, já velho, com oitenta anos, é mestre de redes,
guia todos na grande arte, e vive dessas pequenas parcelas que ainda lhe dá o
mar. A sua vida presente é madrugar, levantar-se ainda escuro, na disciplina de
marítimo, agravada pela insônia de velho, tomar a sua boa caneca de café na
cozinha, olhar a criação no terreiro e fazer algumas braças de rede, logo às
primeiras horas do dia.
Sentado
num mocho, no vão de uma janela, o cesto dos novelos de fio ao pé, as primeiras
malhas presas de um prego no portal, voltado para a luz, com o seu velho cachimbo
nos beiços, fumegando e cuspindo, Santos move continuamente a agulha de madeira
com uma destreza de artista. E o belo tecido louro, cheirando a gravatá,
alonga-se e avulta, de instante a instante, por uma multidão de laçadas que ele
faz e arranca à malheira polida, ora vestindo-a, ora despindo-a de fios.
Depois, deixando o trabalho, encaminha-se para o mar, para o ponto costumado,
um alto de restinga, de onde trilhos de cabra feitos a pés, descem até a praia,
em que canoas repousam, puxadas, umedecidas pela maresia. Daí, desse alto, que
é seu domínio, o Observatório, fumando e palrando arrastadamente, nada
lhe escapa — uma vela que passa, lanchinhas
ofegantes, pássaros, a cor do mar, das nuvens, os longes neblinosos e
vagos...
Em
volta dele reúnem-se logo os pescadores e roceiros vadios, para lhe ouvirem as
pitorescas histórias de viagens e os bons conselhos sobre a navegação e as
pescarias. Porque o Mestre de Redes é infalível no prognóstico do tempo e faz
previsões de dois a três dias.
Quando
alguém quer fazer com segurança uma viagem, consulta-o como a um oráculo. O
velho responde convictamente, peremptoriamente:
— Pode ir à cidade, tem quatro horas; antes
disso o tempo não cai.
É de admirável
exatidão em coisas marítimas. Conhece bom número de paragens litorais do globo,
e retém no espírito, em desenhos vivos e nítidos, paisagens e marinhas
encantadoras de vários países, e de toda a costa do Brasil até o Maranhão. As
águas e o litoral rendilhado da baía do Rio não têm para ele um só ponto desconhecido,
desde as enseadas, os canais, até as ilhas e os rios. De longe, de um só golpe
de vista, assinala os lugares, caracteriza-os, estabelece a distância. Nunca se
engana.
Mas a nota mais
viva, frisante, característica, do Mestre de Redes, é o pendor, a obstinação
pela crítica, em matéria da grande arte náutica e em todas as coisas. Tem a
observação pessimista para a universalidade do existente, um pessimismo de
velho, de profissional antigo, julgando a sua época e a sua pessoa superiores à
atualidade. É incoercível e inexorável na análise universal, sempre
descontente, ralhando sempre, na sinceridade da sua nobre paixão cândida, na
despreocupação da sua alma simples. E exerce a crítica longamente,
constantemente, a propósito de tudo, de um modo infinito.
Ora é
um escaler que passa, cantando nas toleteiras:
— Não vai lá nem em duas horas... Vão esfregando, vão esfregando...
Olha o sebo nesse patilhão e nessa quilha!
Se um
bote corre à vela: — “Nem bolinar já sabem!”; ou um vapor singra para a barra: — “Chega-te
bem ao costão, e o resto saberás...”. E firmando a vista: — “Não conheço o casco, mas é francês, é dos novos.” E
franze ironicamente os ombros, porque tem um desdém pelos steamers
novos.
Todo o
dia vive falando para si, resmungando, remoendo as próprias críticas...
Os
navios velhos, os conhecidos, são para ele uma boa amizade, porque muito bem os
conhece. E mirando amorosamente o Trent: — “É um pássaro, um espagão. Vejam aquelas linhas,
aquelas saídas d'água. Aquilo, nem um peixe!”
Porque, para ele, os navios possuem um caráter e vida espiritual.
O
Mestre de Redes, o Santos, é de um aspecto agradável, sadio ainda apesar da
idade, com a barba e os longos cabelos cobertos da neblina, da cerração da
velhice. A sua larga fisionomia, de uma estrutura leonina, atrai pela rudeza
veneranda das linhas, a pele dourada pelo sol dos tombadilhos, mas enrugada,
pelancosa, de octogenário. Tem os olhos apagados, enevoados, dos marítimos
velhos, porém cheios ainda de acuidade. E a longa boca rasgada, de lábios
finos, dá ainda uma ideia da sua antiga e poderosa energia de lobo do mar.
Possui numerosa família, filhas casadas e solteironas, que trabalham por si,
lavando e engomando para fora, como mouras; ele pouco pode dar. Mas é extremoso
por algumas, e adora os netos principalmente um deles, que fez criar em casa, o
João.
Apesar
de velho, cansado, as pernas trôpegas e os braços já um tanto delgados pela
atrofia dos músculos, atira-se ainda algumas vezes ao mar, correndo a vela,
guiando da popa as redes, ou patrolando uma grande canoa que vai, de tempos a
tempos, carregar na Capital para uma venda da Jurujuba. E é do mar que ainda
lhe vem a vida, sendo o pequeno alto, o Observatório, o seu governo, de
onde domina as praias, as canoas, os pescadores e os peixes, na atividade
constante dos vigias.
III
No meio
da alegre algazarra dos pescadores e roceiros, companheiros de redes, o
Santos foi sentar-se, como de costume, à sombra de umas velhas aroeiras que
dominam, a um canto, o Observatório, com os seus rijos troncos torcidos
pelo vento, as suas ramas finas, cobertas de continhas de lacre como gotas de
sangue vivo. De um lado, touceiras de cardos, gravatás e ananases do mato
expõem os seus seios hostis, armados em guerra, como sabres agudos e denteados,
e clavas antigas, eriçadas de pontas, numa ferocidade agressiva e áspera ao
meio ambiente. E, em toda a extensão da praia, a restinga, unida, de uma só
altura, cuidadosamente aparada, por cima, pelo vento, como uma cerca colossal
de jardim antigo, clássico, torturada, alinhada pelo decote da cultura, no
tempo de Luiz XIV.
E, por
instantes, os olhos claros e pequeninos do Mestre de Redes, ficaram parados,
luminosamente embebidos na suntuosidade augusta e na majestade serena da baía.
Era
pelo meio-dia. O sol, no zênite, vertia a luz a prumo. Pairava no ar morno uma
poeirada diamantina. Perto, a praia de Icaraí debruava a água azul com a sua
larga barra de giz. Em baixo do Canto do Rio, sobre as rochas alagadas, o
marulho, o arfar contínuo da maré viva. Dilatando os pulmões, o aroma salubre
da costa, misto de alcatrão, musgo e algas marinhas, nas primeiras lufadas da
brisa.
Então o
velho gritou para os homens:
— Olha a viração aí. Que belo dia para
um bordejo!
Todos
concordaram, numa alegria:
— É verdade, belo dia pra uma
corrida!
E,
desviando os olhos, o Santos pousou-os próximo na longa faixa da praia
faiscante, onde uma saia de chita vermelha perseguia uns rapazinhos. E
reconhecendo-a:
— Lá anda a Constança às voltas com os
filhos, uns demônios, que a martirizavam, com toda a sorte de tropelias!
Garotos, não trabalhavam, não iam à escola, só sabiam vadiar pelos caminhos. E
a mãe que se escanzurrasse, a mourejar noite e dia. Também desde que lhe
morrera o marido que era aquela lida, pobrezinha!
Os outros
voltaram-se a olhar a Constança, que se ocultava agora no sopé da restinga,
bradando, numa voz chorosa, irada, muito aflita:
— Ó estupores! ó malditos!
Mas um
ruído breve e seco de tamancos rebentou na estrada que atravessava o alto para
o lado do Saco de S. Francisco.
E uma
rapariga magnífica apareceu, vestida de chita em cassa, toda rubra do sol, com
o pretensioso de um samburazinho na mão. Era a filha do Rego, uma morena
carnuda, de amplos quadris, seios túrgidos, virgens, cara larga, poderosa.
Parecia um encanto, nas suas vestes simples, roliça e apetitosa ante o olhar
aceso da matutada.
Ao
aproximar-se do Observatório, colheu-a, festejando-a, uma graçola
paternal e petulante do velho:
— Ó Marica! ó feitiço!
— Mamãe está doente, seu Santos.
— De quê? fez o velho.
— Da maldita. Aquilo não a deixa
mais...
E
passou, na luz forte, na exuberância das suas carnes juvenis, fecundas,
deixando no ar uma sublevação de desejos...
O
Mestre de Redes voltou de novo a contemplar o mar, quando de repente avistou um
bote apontando na altura da Boa Viagem.
Vinha
fazendo bordadas na linha do vento, em direção à Jurujuba. Mas manobrava mal,
muito metido, carregado de gente. E, por vezes, nas viradas, as maretas mais
altas, embatendo de popa, alagavam-no. No entanto, as vagas cresciam,
espumavam. O vento, na ponta, dava de rajadas. O latino do bote, muito alto e
caçado, vergava, e o casco esguio adornava fortemente, deitando a borda n'água.
O Mestre de Redes ergueu-se, olhando-o
sempre; os outros, também de pé, cercavam-no, atentos, fixando igualmente o
pequeno casco.
A
embarcação agora, na volta de terra, afogava-se numa bolina escassa. Governava
mal, às guinadas, e, por instantes, num risco, viu-se-lhe de fora o fundo
alcatroado.
O
Mestre, então, exclamou:
— Nem sabem dar uns bordos! Já mostraram duas vezes a quilha!...
E à
proporção que o bote aproximava-se:
— O bote vira, o bote vira, o bote
não aguenta aquele pano! É chegar à ponta e está virado!...
Nesse
instante, o bote, em cheio na rajada, voava num turbilhão de espuma. De repente
o latino desapareceu nas águas...
O
Santos saltou, e numa autoridade:
— Ó gente, vamos lá, vamos ver
aquilo!
E
descendo tropegamente um dos trilhos de cabra do Observatório com os
remadores das redes, tomou uma canoa de voga que estava puxada na praia e, em
multiplicadas remadas nervosas, chegaram à ponta, quando já o bote palpitava
vencido, afundado até as toleteiras, vazio de passageiros.
A um
sinal do Mestre, os homens lançaram-se ao mar e, sufocados, bufando, cuspindo
grosso a água salgada, iam jogando para dentro da canoa os náufragos, já
desacordados, sob o comentário faceto do velho:
— Escaparam de boas, escaparam!...
Assim
retornaram à praia, num total salvamento, com o casco virado a reboque.
E
quando, depois de despertos, os passageiros rolavam já num carro em direção a
S. Domingos, o Santos, do alto do Observatório, cercado de povo, que
eletricamente viera saber, ver, se possível fosse, o desastre, as novidades,
bramava:
— Não há mais polícia, nem da Capitania do
Porto! O que esses remadores do bote precisavam era de uma boa cadeia e muita
chibata para cima daqueles lombos!...
A tarde
fenecia melancolicamente, na serenidade espiritual de um poente do Norte,
coando-se por um vitral gigantesco de igreja. No alto, o Azul, empalidecido e
saudoso, parecia feito da seda murcha e gloriosa de um antigo velário. Toda a
linha recortada da costa começava a esbater-se docemente numa sombra azulada. O
vento forte do largo extinguia-se, amainava pouco a pouco, em bafejos exaustos.
E o mar, o vasto mar poderoso e profundo, reluzia olimpicamente, para além,
para além, numa pulverização roxa e sanguínea de acaso.
Rio, fevereiro de 94.
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Fonte:
Virgílio Várzea: Mares e campos. Poeteiro Editor Digital. São Paulo, 2014.
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