segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Coelho Neto: "Palpites"

PALPITES
 

— Ó mulher, onde meteste o dinheiro?

— Que dinheiro, homem de Deus?

— Não te queiras fazer fina! Responde e deixa-te de historias. Que fizeste do dinheiro que estava no  pé de meia?

— No pé de meia não havia vintém. O que havia  no pé de meia foi-se na barrela.

— No pé de meia havia duzentos e tantos mil réis  em muito boas notas, que eu lá guardei. Vamos,  deixemo-nos de brincadeiras: Onde meteste o  dinheiro?

— Se eu te digo que não havia vintém...

— Vintém não havia, havia notas, já te disse, onde estão?

— Foram por agua abaixo, na lavagem.

— Mau! mau! Olha que não estou disposto a rir.  Quem sabe se a senhora quer imitar o ministro?  Imitar, digo mal, porque ele queima. Vamos, diga onde pôs o dinheiro, se não quer que eu faça  aqui uma das minhas. Depois... Aqui d'El-Rei!

— Homem, queres que eu seja franca?

— Sem duvida.

— Pois o dinheiro... o dinheiro... levou-o o  burro.

— Que burro, senhora? Para que quer um burro  duzentos e tantos mil reis?

— Foi o burro. Ele não levou os duzentos mil reis de pancada, foi levando aos poucos.

— Como? Então o burro entrava no quarto,  abria a meia, tirava o dinheiro que queria...?

Homem, mulher, tu pensas que eu sou idiota?

— Quem tirava não era o burro, Manoel.

— Então quem era?

— Era eu.

— Tu? Então que historia é essa do burro?

— É que era o burro que o levava. Tu nunca  jogaste no bicho?

— Eu? A senhora bem sabe que eu não tenho vícios.

— Pois foi o burro do jogo que levou o dinheiro.

O caso foi assim: Conheces a mulher do  Cunegundes, uma ruiva, que tem dois filhos  pequenos?

— Conheço. Mas que vem cá fazer a mulher do Gunegundes!

— Ouve. Como sabes o Cunegundes está de cama há uns pares de meses. Enquanto teve saúde  foi um homem de trabalho, atirava-se a tudo  para ganhar a vida — trazia a casa farta, a mulher  limpa, os pequenos sempre bem vestidos; a  moléstia, porém, acabou com tudo isso. O pobre homem para não morrer á míngua, aprendeu a fazer  charutos, mas os charutos dão pouco. Que eram cem  charutos por dia para uma família como aquela? A Adelaide andava varada, pálida: os pequenos, rotos,  descalços, pediam pão de casa em casa; até fazia  pena. Quanta vez eu aqui lhes dei comida. Ah! meu  amigo, quando um pai de família cai numa cama...

— Pois sim, mas vamos ao burro.

— Vamos. As coisas estavam nesse pé quando,  um belo dia, a Adelaide, que não tinha um casaco  decente para chegar á janela e andava sempre a  chorar, a lamentar-se, pedindo a morte para ela e  para os filhos, apareceu risonha e mais contente do  que dantes e, todos os dias, eu, por entre as frechas  da janela, via chegar gente com embrulhos para a  Adelaide: eram queijos, caixas de vinho, fazendas e  a Adelaide a deitar luxo até que um dia saiu de  carro como a senhora do doutor.

— E o pobre do marido a fazer charutos.

— A fazer? a fumá-los, e dos bons, deitado em  lençóis de linho, com fronhas de renda nos  travesseiros: um luxo de príncipe. Eu fiquei a  banzar e, como não sou maliciosa, disse comigo: «A Adelaide tirou a sorte.» E um dia, apanhando-a a  jeito, disse-lhe em ar de pagode:

— Então, sua felizarda, sempre apanhou um  bilhetinho premiado, hein?!

Ela ficou muito espantada e respondeu:

— Ifão senhora: eu não jogo na loteria. Ah! já sei porque a senhora fala — é porque me vê andar assim, apesar da moléstia do Cunegundes, coitado! Que quer, minha amigai quem não tem cão, caça com gato.

— Que gato?

— Espera, homem. «Enquanto o Cunegundes  tinha saúde e força eu não me preocupava, mas  veio a doença e, a senhora sabe, as crianças têm  fome e o homem da venda não fia, principalmente  quando sabe que o dono da casa está entrevado no  fundo de uma cama. Procurei trabalho. Só me  apareciam charutos; desanimei. Foi então que uma comadre minha, cujo marido anda longe, apanhando  borracha nos sertões do Amazonas, disse-me que eu  aventurasse alguma coisa no touro. Aventurei. A  primeira marrada custou, isso custou, mas hoje... E  desatou a rir, só para que eu lhe visse os dentes  obturados a ouro, como lá diz o outro. Piquei a olhar para ela e, com franqueza, estranhei aquela alegria,  porque a Adelaide era alegre, mas agora dá umas  gargalhadas... « Então a senhora vive á custa do  touro?»

—  É verdade, respondeu ela.

— E seu marido?

— Ah! meu marido não sabe. Para uma mulher  ser feliz no jogo do bicho deve guardar segredo,  principalmente para o marido. A senhora porque não  tenta? Tu sabes que não gosto de bois, não gosto de  touradas. Boi só vaca, essa mesma cozida. E disse-lhe:

— Não, D. Adelaide, eu não gosto de bois.

— Não gosta! A senhora diz isso porque ainda  não experimentou. Eu também não gostava e hoje  não posso passar sem ele. Experimente, experimente — e dobrou-se toda noutra gargalhada.  Fiquei pensando e depois que ela saiu resolvi  experimentar.

— Tu?

— Então? No primeiro dia mandei pedir porco;  deu o burro; no segundo dia mandei buscar  elefante, deu outra vez o burro. Desconfiei de tanto  burro. Diabo! isso não é um jogo, é uma estrebaria!  Quem sabe se não é Deus que me está mostrando o  caminho da felicidade! pensei. Á noite sonhei que  estava agarrando um burro pelo rabo. Foi naquela  noite em que te agarrei, não te lembras?

— Sim, mas eu não sou burro.

— Nem eu te agarrei pelo rabo. De manhã,  muito cedo, fui ao pé de meia e mandei comprar no  burro... coice! E... de coice em coice, meu  velho, fiquei a tinir. A Adelaide vive regaladamente  á custa do touro, eu com o burro só consegui amofinações e misérias.

— Então os duzentos e tantos mil réis foram  todos no burro?

— Todos.

— Muito bem.

— Antes eu tivesse jogado no touro — ainda  ontem deu.

— Se a senhora tivesse jogado no touro ia agora   mesmo, como um fuso, para o olho da rua, entende? O touro dá todos os dias, mas se me constar que a  senhora joga em semelhante bicho eu faço um banze  dos diabos nesta casa. Touro não é bicho que entre  em casa de família, está ouvindo?

— E a Adelaide?

— Que tenho eu com a Adelaide?

— Ela não joga em outro.

— Por que o marido está entrevado, mas eu não estou, com a graça de Deus. Enfim — no burro pode jogar uma ou outra vez, pouco, com touros é que não  quero negócios. Se eu souber que me entrou touro aqui  em casa a senhora vai para o olho da rua em dois tempos.  É o que lhe digo. (E foi; todos os jornais noticiarem o  caso comentando-o). O homenzinho, que apertara os  cordões á bolsa, levando para a Caixa Econômica o que  dantes deixava nas meias, começou a desconfiar dos  lautos jantares que a mulher lhe apresentava — eram  verdadeiros festins — e, farejando os pratos, perguntava  desconfiado:

— Mulher, isto é burro?

— Tudo é burro, pelo moderno.

— Então agora não dá coices?

— Qual! está manso como cordeiro.

— Pois sim, mas não te fies.

Depois apareceram sedas, chapéus, costumes de  pano francês, jóias, camarotes do lírico.

— É burro?!

— Então! que há de ser?

— Olha lá, mulher — acho muita carga para um  burro só.

— A culpa não é minha... se ele dá.

Um dia, porém, o homem entrou em casa justamente  na ocasião em que a mulher fazia jogo e viu. Que viu  ele! Sei apenas o que os jornais disseram: que ele  travou dum pau e desancou a mulher. Sem razão disse a  coitada ao delegado, explicando o caso: na ocasião em  que o marido entrou no quarto ela abria a porta de  espelho do guarda casaca e o homem tomou por uma  desobediência o que era a sua própria imagem.

 — Eu permiti que  ela jogasse no burro, se eu nhor doutor, mas o que lá vi de burro não tinha nada.

— Então que era?

— Ora!  que havia de ser? palpites da Adelaide.

Poetas... Poetas são como as abelhas que  buscam apenas na flor a substancia com que fazem o  mel. Que lhes importa que, depois da visita ao  nectário, a flor murche e feneça? outras há pelo  bosque perfumado e para essas outras vão elas aligeirando as azas.

Donzela, que dais ouvidos ás canções do poeta,  julgais ingenuamente que ele vos pertence, que  nunca mais se apartará do juramento feito aos  vossos pés, com os olhos nos vossos olhos,  procurando, talvez, surpreender a vossa alma?  engano vosso — para que ele vos abandone basta  que uma outra apareça.

Foi Zeuxis, se me não trai a memória, que, para realizar na tela um tipo de beleza, reuniu na sua oficina varias donzelas, aproveitando de cada uma a linha ou a cor mais pura, o garbo ou a languidez, a esbelteza e a curva graciosa e, depois de rematada a figura, era um complexo maravilhoso e  as moças, que se haviam prestado a ser modelos,  deixaram no painel do artista um pouco do próprio corpo. Desta ficaram os olhos, daquela ficou a  fronte, os cabelos duma despenhavam-se ondulando sobre os alvíssimos e redondos ombros  doutra, as mãos eram de tal, os pés duma outra, era  a boca dum rosto, o nariz de outro e assim a obra per- feita era como o mel das abelhas — o conjunto do  sabor de múltiplas corolas. Fazem assim os poetas.

Um conheço eu que, depois de me haver lido  uma admirável composição em sonoros alexandrinos, toda consagrada á gloria de uma  mulher ideal, dizendo-lhe eu o nome da criatura  inspirador», fez? um momo dobrando lentamente o  papel em que fulguravam os lindos versos:

— Estás louco. A boca, efetivamente, é dela,  mas os olhos... Ah! se visses os olhos de... Duas  violetas, meu amigo! Duas violetas! Nunca vi  olhos daquela cor!

— Mas Fulana, objetei, tem uns pés de saloia.   — Sim, os pés são hediondos mas eu, na poesia,  refiro-me aos pés imperceptíveis da Cesira. Conheces  Cesira? ah! meu caro...

— De sorte que na tua poesia há quatro mulheres...!

— Cinco, aliás: a graça é da Olímpia, ninguém  anda como a Olímpia; é uma deusa.

— Mas isso é um gineceu em alexandrinos,  homem.

— O poeta não ama a mulher, ama a beleza, concluiu o meu amigo com solenidade.

Não pensava assim o que morreu entre as arvores amigas. Foi um amoroso fiel e calado, não gemia o  seu tormento, continha-o no coração e, de quando  em quando, lá o exalava em estrofes. Enquanto a  criatura amada viveu na mesma cidade em que ele  morria abafou medrosamente o seu segredo, como  Arvers; ela, porém, partiu para outros climas, para  outros braços e o solitário, num derradeiro esforço,  deixou o seu retiro e publicou a sua historia  dolorosa. No frontispício do livro, como a legenda  sinistra, pôs ele uns versos do  Cancioneiro de D.  Diniz que resumem toda a sua agonia:

Quizo ben, amigos, e quero e querrey
Hunha mulher que me quis, e quer mal,
E querrá; mays non vos direy eu qual
A mulher; mays tanto vos direy,
Que quis ben, quero, e querrey tal mulher
Que me quis mal sempre, querrá, e quer.

Fomos companheiros em Lambari.  Ela  também  lá estava. Uma vez, á tarde, conversávamos no  cottage  do parque, ouvindo as cigarras, quando ele  se pôs a falar no falecimento da sua velha mãe, uma  boa e resignada velhinha, que era o seu amparo  moral no mundo. Nunca pensara na morte enquanto  ela vivera, mas na mesma tarde do enterro, voltando  do cemitério, começou a ser perseguido por aquela  idéia fatal. Sabia que estava perdido, era como um  edifício que ia, aos poucos, caindo e, na sua  qualidade de ruína, só acolhia tristezas. Enfim! e,  resignado, encolheu os ombros.

— Mas tu tens aproveitado muito aqui, com as águas.

Voltou para o meu rosto os olhos tristes e, com  um sorriso melancólico, disse com a sua voz rouca:

— Com as águas...

Súbito um riso cristalino rompeu alegremente o  silencio crepuscular. Ergueu-se o poeta de olhos  cravados num caminho que se ia enchendo de  festivo barulho. Um bando gárrulo de moças  apareceu e, entre elas, esbelta e loura, com uns  olhos que fulguravam, a boca mais vermelha que as  rosas sanguíneas, onde um sorriso tinha residência,  ela,  a misteriosa criatura amada. Como se quisesse  martirizar o desgraçado, chamou-o, a rir, tomou-lhe  o braço e lá o foi levando por entre as flores, a  inebriá-lo com o seu perfume de mancenilha. Nessa noite, no salão do hotel, o poeta recitou  um apólogo: «O sapo e a estrela».

Era uma vez uma estrela... E  vai
um  sapo,  o  idiota, Logo  apaixonou-se ao vê-la.

O apólogo foi recebido com aplausos gerais,  mas num vão de janela, houve quem murmurasse,  disfarçando um sorriso: «O sapo... coitado! é ele...» E a estrela andava trefegamente pela sala  reunindo pares para urna quadrilha.

E ele, triste, do fundo da sua melancolia de  moribundo, ficava-se a contemplá-la, como o sapo  contemplava Siriús. Não lhe falava do seu amor; e  que lhe havia de dizer se ela era a própria imagem  da Vida e ele... sempre a tossir, ouvindo as lástimas dos que auguravam a sua morte próxima. Que,  ao menos, a deixassem ali, perto dele. «É a luz da minha  ultima hora», suspirou, uma vez, disfarçando a mágoa  num sorriso.

Á volta, no trem, ele queixou-se: «Vai recomeçar o  meu sofrimento...» E voltou os olhos marejados para o  banco em que ela estava — era o apartamento. No hotel  viam-se a toda a hora e ele estava sempre a ouvir-lhe a  voz, mesmo quando adoeceu pediu que lhe conservassem  a poria entreaberta e, como se alvoroçava quando, pelo  corredor, vibrava o riso cristalino da formosa  indiferente!

No Rio viu-a uma tarde, na rua do Ouvidor, toda vestida de azul:

Chapéu azul, vestido azul, de azul bordado, 
Azuis o pára-sol e as luvas, Senhorita, 
Como um lótus azul por um deus animado,   
Passa, toda de azul, por mil bocas bendita,

Vendo-a não se vê mais nada que o azul tonteia.... 
Como num sonho azul logo nos vem á ideia 
Um pedaço de céu azul passeando a terra.

Um dia ela partiu para o campo e de lá a cruel, escrevendo a ama amiga, pedia-lhe que dissesse ao poeta  que certamente ele ficaria curado com aqueles puros  ares da serra, bebendo aquelas frias águas que manavam  das penhas e o leite gordo que uma boa mulher trazia,  todas as manhãs, á porta do hotel. Ele que fosse, que a  fosse ver para convencer-se: estava outra, ela mesma  achava-se bonita.

E o misero, sofrendo, lançou-se afoitamente ao trabalho: em  oito dias concluiu uma peça, entregou-a ao empresário e  partiu. Lá esteve e, enquanto a sentiu perto, louvou a terra e os ares, falando em ressurreição: « Eu vivo aqui — sinto-me outro». Ela, porém, desceu e, desde logo, todas as virtudes dos ares puros e das águas límpidas  desapareceram. Voltaram os sofrimentos — a  febre, a insônia, os suores noturnos até que, um  dia, os jornais anunciaram a partida da bem amada  para a Europa.

Esse amor era uma misericórdia, a presença da  criatura era o amparo daquela vida, tanto que ela  partiu começou a destruição. A Morte, encontrando  o coração ferido, foi abalando as ultimas  resistências, uma, porém, reagia — era a esperança  de que ela voltasse. Mas não, deixou-se ficar em  outras terras, nos braços de outro. Bem que a sua  Musa presaga soluçara:

Ela nunca terás nem  seu amor.

Desequilibrado, sem esse animo forte, o poeta  caiu. Tornou-se-lhe, então, a vida um rosário de  dores e as que menos o torturavam eram as que lhe  pungiam o corpo — a alma, essa sofria mais  acerbamente. E começou o desfalecimento — o  solitário achou-se sem o seu « sonho », tudo era  deserto em torno; nem o seu faceiro sorriso, que era  a alegria dos seus olhos, nem a sua voz que era a sua  melodia predileta, nem o aroma que ela esparzia  como se deixasse no ar um sulco de perfume. Lá  longe! Como chegar até lá...! Esses poetas, têm,  ás vezes, sonhos extravagantes... Quem sabe?!

Abatido, quis ainda voltar ao sítio que ela lhe  recomendara como sendo um lugar de beleza e  saúde. Foi, apeou á porta do mesmo hotel rústico que ela habitara, percorreu vagarosamente os caminhos que ela  percorrera, agasalhou-se á sombra da sua arvore  predileta e teve visões de amor, viu-a ao longe, sentiu-a  entre as flores silvestres:

Tudo de luz se inunda e, dominando tudo 
Cheio da própria luz, sobressai na paisagem   
O correto perfil dessa que me não ama.

Esse perfil não estava na paisagem — estava no  coração, era uma miragem passional, mas... Esses  poetas, esses poetas! quando amam são capazes de tudo e  quem sabe se o desgraçado, sem esperança de tornar a  vê-la, não fez como aquela escrava do conto que, para  juntar-se ao filho morto, cravou um punhal no coração?  Ele não precisava lançar mão de uma arma para  realizar esse desejo sinistro — a Morte estava dentro  dele e bastou que deixasse a fera sair da jaula, onde a  continham os cuidados, para que, em um momento, o  martírio findasse. E agora...?


Talvez que, em breve (não vem longe a primavera) a  ingrata, que habita um velho castelo de França, receba a  visita da alma peregrina.

Uma noite, apoiada ao balcão, olhando o céu, ouvirá  cantar um rouxinol nos roseirais em flor. Será tão lindo e  tão sentido o canto que ela, apesar de indiferente,  voltará o rosto para ouvi-lo e, ouvindo-o, não imaginará  que, no pássaro dolente, palpita a alma saudosa do que  viveu por ela, do que morreu de amor.

Ah! o soneto d'Arvers, o soneto d'Arvers... 

 É bem possível que, quando chegar á França a  noticia da morte do poeta, seguida dos  comentários sobre a sua paixão funesta, ela,  deixando no colo a carta anunciadora, exclame,  finalizada, na língua que adotou:

» Quelle est done celte fimme?» et na comprendra pas.


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Nota:
Coelho Neto: “A Pico de Pena” (1904), da Colecção Revivendo, N.° 4, publicado pela Lello & Irmão Editores, edição de 1925.

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Advertência:
Alguns termos inseridos neste conto podem apresentar sentidos obscuros, podendo ser o resultado de erros no processo de digitalização da obra ou mesmo  termos específicos  atreladas ao contexto histórico no qual viveu o autor. Assim, caso possa contribuir para o esclarecimento de algumas dessas dificuldades ortográficas, por gentileza entre em contato conosco, no e-mail: iba@ibamendes.com

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