BALADA DO ESPLANADA
Ontem à noite
Eu procurei
Ver se aprendia
Como é que se
fazia
Uma balada
Antes de ir
Pro meu hotel.
É que este
Coração
Já se cansou
De viver só
E quer então
Morar contigo
No Esplanada.
Eu queria
Poder
Encher
Este papel
De versos lindos
É tão distinto
Ser menestrel
No futuro
As gerações
Que passariam
Diriam
É o hotel
É o hotel
Do menestrel
Pra me inspirar
Abro a janela
Como um jornal
Vou fazer
A balada
Do Esplanada
E ficar sendo
O menestrel
De meu hotel
Mas não há, poesia
Num hotel
Mesmo sendo
'Splanada
Ou Grand-Hotel
Há poesia
Na dor
Na flor
No beija-flor
No elevador
ERRO DE PORTUGUÊS
Quando o português
chegou
Debaixo de uma
bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de
sol
O índio tinha
despido
O português.
PRONOMINAIS
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do
aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e
o bom branco
Da nação
brasileira
Dizem todos os
dias
Deixa disso
camarada
Me dá um cigarro
CANÇÃO DE REGRESSO À PÁTRIA
Minha terra tem
palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos
daqui
Não cantam como os
de lá
Minha terra tem
mais rosas
E quase que mais
amores
Minha terra tem
mais ouro
Minha terra tem
mais terra
Ouro terra amor e
rosas
Eu quero tudo de
lá
Não permita Deus
que eu morra
Sem que eu volte
para lá
Não permita Deus
que eu morra
Sem que eu volte
para São Paulo
Sem que eu veja a
rua 15
E o progresso de
São Paulo
RELICÁRIO
No baile da corte
Foi o conde d'Eu
quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de
Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e
caí
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