
MELANCIA — COCO VERDE
—
Vancê pare um bocadinho; componha os seus arreios, que a cincha está
muito pra virilha. E vá pitando um cigarro enquanto eu dou
dois dedos de
prosa àquele andante…
que me parece que estou
conhecendo… e conheço mesmo!... É o índio Reduzo, que foi posteiro dos Costas,
na estância do Ibicui.
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—
Vancê desculpe a demora: mas quando se encontra um conhecido do outro
tempo — e então do tope deste! — a gente até sente uma frescura na alma!…
Coitado, está meio acalcanhado… mas, bonzão, ainda!
Pois aquele cuerudo que vancê
está vendo, teve grito d’armas!... Vou contar-lhe uma alarifagem em que ele
andou metido, e que só depois se soube, pelo miúdo, e isso mesmo porque a
própria gente do caso é que contava.
O Reduzo foi nascido e criado em
casa dos Costas, ainda no tempo do velho, o Costa lunanco, um que
foi alferes dos
dragões do Rio
Pardo. Este Costa
lunanco era um
pente-fino, que naquele tempo
arranjou tirar para
ele e para
os filhos — miudagem, ainda
— como quatro
sesmarias de campo, sobre
o lbicui, pegadas
umas nas outras,
e com umas
divisas largas... como
goela de gringo!...
O chiru criou-se junto com os
meninos, e desde ninhar e armar urupucas, até botar as vacas, irem aos araçás e
pegar mulitas, tudo faziam juntos.
Quando eram
já taluditos o
velho começou a
encostá-los no serviço,
também sempre de companheiros; e assim foram aprendendo a
campeirear, domando, capando... até saberem apartar boi gordo e tocar uma
tropa.
Neste entrementes rebentou outra
vez uma gangolina com os castelhanos.
Um dos moços, que era um quebra
largado, nomeado por Costinha, esse, foi dos primeiros a se apresentar ao
comandante das armas,
pra servir. E
tais cantigas cantou
ao velho Costa,
que este deixou o Reduzo ir com
ele, de companheiro e ordenança, porque o rapaz era cadete, com estrela, e
tinha direito.
O chiru ficou todo ganjento;
imagine vancê que colhera, daqueles dois aruás!...
Neste passo porém deu-se uma
cousa em que o Costinha nem tinha pensado.
E rabo-de-saia, já se vê...
O
cadete tinha uma
paixão braba por
uma moça lindaça
— a sia
Talapa —, filha
dum tal Severo, também fazendeiro
dali pertinho, obra de cinco léguas.
O moço Costinha de vez em quando
aparecia por lá, matava as saudades; fazia umas agachadas, e vinha-se embora
trazendo nos olhos o encantamento dos olhos da namorada.
O velho Severo parece que não queria o
casamento dos dois, nem por nada; teimava e berrava que ela havia de casar-se
com o sobrinho dele, primo dela, um que tinha uma casa de negócio na Vila.
Esse tal era um ilhéu, mui
comedor de verduras, e que para montar a cavalo havia de ser em petiço e isso
mesmo o petiço havia de ser podre de manso... e até maceta. . e nambi. . e
porongudo!...
A moça chorava que se secava,
quando caçoavam-na com o primo e o casório.
Era mesmo uma pena, lhe digo...
casar uma brasileira mimosa com um pé-de-chumbo, como aquele desgraçado daquele
ilhéu… só porque ele tinha um boliche em ponto grande!...
O caso é que o Costinha gostava
da moça e a moça gostava dele: tem, é que não atavam nem desatavam... e o velho
Severo puxava a pêra, torcendo as ventas...
O ilhéu às vezes vinha à estância
do tio, em carretinha...; veja vancê como ele era ordinário, que nem se
avexava. de aparecer de carretinha, diante da moça!... E era só cama com
lençóis de crivo, para o primo; fazia-se sopa de verdura para o meco; e até
bacalhau aparecia, só pra ele!...
Que isto das nossas comidas, um
churrasco escorrendo sangue e gordura e salmoura…uma tripa grossa assada nas
brasas… uma cabeça de vaquilhona... uma paleta de ovelha; e mogango e canjica e
coalhada. .. e uns beijus e umas manapanças. .. e um trago de cana e um
chimarrão por cima… e para rebater tudo, umas tragadas dum baio, de naco bem
cochado e forte... tudo isso, que é do bom. e do melhor, para o ilhéu não valia
nem um sabugo!...
Tuuh! diabo!... Até me cuspo
todo, quando me lembro daquele excomungado!. .
—
Vancê está se
rindo e fazendo
pouco?... E porque
vancê não é
daquele tempo… quando rompeu a independência lá na Corte do
Rio de Janeiro… e depois tivemos que ir pra coxilha fazer a guerra dos
Farrapos, com seu general Bento Gonçalves, que foi meu comandante, sim senhor,
graças a Deus.. . e mais os outros torenas!...
Galego, naquele tempo, era gente,
vancê creia! Estância, era dele; negócio, era dele; oficial, era só ele; era
arrematante das sisas, ele; surgião, ele; padre-vigário, ele; e pra botar a
milicada em cima dos continentistas… era ele!…
E cada presilha!...
Gente da terra não valia nada!...
— Que é que vancê está
dizendo?... O que nós somos hoje a eles devemos? Qual! É verdade que uns
inventaram plantação de
trigo… isso enfim,
era bom...; sempre
era uma fartura;
noutras casas plantavam e
fiavam linho… também
não era mau,
isso; noutras cardavam
lã... Algum mais vivaracho botava tenda e vendia
mechiflarias ou prendas de ouro... Nalguns trocava-se uns quantos couros por um
pão de açúcar, e pipote de cana por qualquer meia dúzia de vacas. E sempre
corria alguma dobla, de salário, e algum cruzado pela peonada de ajuste.
Mas, como quera... eram
mui entonados, os
reinóis. Onde é
mesmo que eu
estava? Ah!... O Costinha e sia Talapa tinham juramento
entre eles, de se casarem, ainda que ela saísse de casa na garupa do namorado, se o carrança do
velho Severo não consentisse. Com o ilhéu é que nunca!
Pois foi por estas alturas que os
castelhanos bandearam a fronteira e o Costinha assanhou-se.
Foi uma
despedida de arrebentar
a alma! Ele
deixou-lhe de lembrança
uma memória e
ela deu-lhe um negalho de
cabelo. E combinaram que pra qualquer recado ou carta ou aviso, ela teria o
nome de Melancia e ele de Coco verde. Só eles, ninguém mais saberia; que era
para despistar algum xereta.
E como a despedida foi de noite,
e ela veio acompanhá-lo até a porta. .
até a ramada, onde ele montou
a cavalo… e
como ventava forte,
e a vela
que um crioulo
trazia apagou-se… parece
que houve a roubada de uma boquinha... porque ele tocou a trotezito,
calado, e ela, ficou como entecada, no mesmo lugar, calada... Quem não soubesse
jurava que se despediam enfunados, quando a verdade é que se despediam chorando
nos olhos mas tocando música no coração... por causa daquela bicota arreglada
no escuro, mas que valeu como um clarão!... Ninguém viu… só o Reduzo.
Nessa madrugada o cadete marchou.
O velho Severo deixou passar um
mês ou mais; quando teve notícia de que as forças andavam bem longe, e
trançadas com o inimigo, e que ninguém de lá podia sair assim a dois tirões...
sem falar nos balázios e nos lançaços — que isso era a boche! —, quando
inteirou-se de tudo, mandou à Vila o capataz para vir acompanhando o sobrinho,
a quem escreveu uma carta grande, fechada com mais obreias do que tragos de
vinho tem um copo de missa, de padre gordo!...
Oral... daí a uns dias o ilhéu
batia na estância, de carretinha e com um carregamento de cousas. E já
começaram a aferventar o casamento.
Imagine vancê o cerco em que se
viu a pobre da sia Talapa! Eram os pais dela; a parentalha; vizinhos velhos,
cancheiros da estância... tudo a dizer, a gabar, a achar até bonito o ilhéu...
E já foram alinhavando papéis, e
preparos de vestidos e doçarias, perus na engorda, leitões no chiqueiro,
terneiras pros churrascos.
Uma negra que havia lhe dado de
mamar era a única criatura que chorava com a moça… mas chorava escondido, a
pobre, por medo do laço... De noite, fechadas no quarto as duas abraçavam-se,
rezavam e só diziam, no consolo duma esperança:
— Mãe santíssima... valei-me!...
— Nossa Senhora!… manda nhô
Costinha aparecer!..
Afinal chegou
o dia marcado. Veio
o vigário com o
sancristão e gentama
de toda parte; não digo bem: o velho Costa lunanco nem a
família não foram convidados.
Mas assunte vancê como se passaram as cousas.
Pela Vila
tinha justamente passado
a meia rédea
um chasque para
as forças em
que servia o cadete. O chasque
era rapaz novo, alegre, mui relacionado por aqueles meios; enquanto mudava de
cavalo tinha ido tomar um refresco no negócio do ilhéu, e aí, pela gente da
casa soube a nova do casamento, do dia
certo, dos preparos
da jantarola, enfim,
de tudo, tudo,
pelo miúdo.E mal
que apertou os pelegos, montou, — e se foi — que o rei manda marchar, não manda chover.
Quando bateu
no acampamento e
entregou os ofícios
que levava, procurou
a rapaziada conhecida e portanto
o Costinha, para dar a novidade do casório da sia Talapa com o primo.
Como touro
de banhado laçado
a meia espalda,
assim ficou o
moço. Amassou o
sombreiro sobre a orelha, afivelou a espada e gritou:
— Me vou, e é já! Reduzo!
— Pronto!
— Encilha os nossos cavalos! Já!
Vamos embora!. . Deserto!... Hei de lonquear aquele galego ordinário!...
Deserto... Deserto... acabou-se!
— Encilho? reperguntou o chiru.
— Sim, coos diabos! berrou o
desesperado.
Neste momento o clarim deu toque
de alarma… e como pra acoquinar o pobre um cabo veio a toda pressa chamar o
Costinha, de ordem do comandante... Veja vancê que entaladela!
Pelos altos
das coxilhas avistava-se
uma partida do inimigo. O
comandante então deu ao
Costinha uma prova de confiança, pois encarregou-o de uma carga sobre um flanco
dos atacantes...
E agora?!...
Filho de tigre é pintado!…
Diante do
dever o moço
engoliu a tristeza,
e mesmo não
quis se desmoralizar
desertando justamente naquela hora de peleia.
Mas coriscou-lhe um pensamento...
e logo montou, formou a gente, tomou a testa do piquete e disse ao Reduzo.
— Procura-me, que te preciso!...
Desembainhou a espada, deu um
viva a Sua Majestade! — e despencou-se, firme nos estribos, com o chapéu caído
pra trás, sobre um ombro, preso pelo barbicacho. E a gauchada, reboleando as
lanças, carregou, a gritos, fazendo tremer a terra e o ar.
O Reduzo, de pura pabulagem, atou
a cola do pingo e logo riscou, escaramuçando, na culatra dos companheiros.
E
foi mesmo no
meio da carga,
entre gritos, juras,
palavrões, tiros, pontaços
de espadas e coriscos de lanças, pechadas de cavalos,
foi nesse berzabum do entrevero que o Costinha industriou o chiru;
— Tu, sai já; vai direito lá em
casa, mas não chegues. A Talapa, depois d’amanhã, de noite, se casa, à força,
com o ilhéu… Tu, mata cavalos, boleia e monta os que precisares… arrebenta-te,
mas chega antes do casamento... Não digas a ninguém, nem lá em casa, que me
viste, nem que sabes de mim... Mas vai ao velho Severo, mete-te lá, custe o que
custar e acha jeito de dizer, que ela ouça, que o coco verde manda novas à
melancia... Ela entende. Compreendes?... Eu sou o Coco Verde, ela é a Melancia.
. Só nós sabemos isso... e tu, agora. Vai. Tu vais adiante; logo mais eu sigo,
se não morrer neste revira. Vai, Reduzo!... Coco verde... Melancia. . Não
esqueças... Abaixa-te!... abai!...
E enquanto o chiru se deitava no
pescoço do cavalo e uma lança de três pontas escorregava-lhe por cima do
espinhaço, o Costinha, com um tiro de pistola derrubava um gadelhudo lanceador…
e continuava o sermão:
— Olha, não brigues… pra não
perder tempo... Olha… é depois d’amanhã. . Se dormires, se comeres no caminho,
não chegas a tempo!... Sempre a meia rédea, Reduzo! Eu não posso desertar
agora... Senão, eu ia... Vou logo… amanhã. Tu, agora!... já sabes:
Coco verde manda novas a
Melancia... Diz como quem não quer.. . Só ela entende… O que é preciso é que
ela ouça...
— Acuda aquele, patrãozinho, que
eu tempero estes!…
Isso disse
o chiru e
esporeando o flete
atirou-o contra dois
desalmados que iam
degolar um ferido… emborcou-os a
patadas e logo gritou ao moço:
— Já sei tudo! Deus ajude! Lá le
espero!...
E
riscou campo fora,
rumo da querência,
ainda batendo na
boca, num pouco
caso dos castelhanos!
E bateu na marca!... Boleou e
mudou cavalos alheios, pediu outros no caminho, tomou um, à força, largou os
arreios porque rebentou-se-lhe o travessão e não tinha tempo para remendá-lo,
mas com duas braças de sol, na tarde do casamento, veio dar no velho Severo, de
em pêlo — pelego, e freio —, as
boleadeiras na cintura,
o facão atravessado
no cinto, e sem mais
nada; moído, entransilhado, estrompado,
varado de fome,
com sono, com frio,
mas ainda de
olho vivo e
língua pronta, contando uma
rodela mui deslavada..,
que vinha de
casa, andava campeando
umas tambeiras... e uma vaca mocha, que não apareciam no gado manso,
havia dois dias!...
O velho Severo pasmou...
—
Uê! chiru!... Pois tu não tinhas ido com o seu Costinha?
—
Eu?... Não sr., patrão! Fui só levar uns cavalos até o meio do caminho e
dei volta. Diz que lá bala é como
chuva… e lança,
como roseta!... Não
vê!... E dele
mesmo, nem notícia
nenhuma, té agora... Vancê dá
licença de campear os alimais?
—
Deixa isso pra
amanhã. Hoje estamos
de festa. Fica
aí, pra tomares
um copo de
vinho e comer uns doces à saúde
do noivado... Vai pra o galpão...
—
Sim, senhor patrão: Deus lhe pague. Eu hei de fazer uma saúde, sim
senhor...
—
Pois sim, pois sim; vai!
O
sorro entrou no galinheiro. .
Quando apeou-se, o chiru estava
de pernas duras; agüentou-se como um tigre, pra não dormir.
Daí a pouco pegaram a jantarola.
O casamento ia ser de noite, depois da comida; depois, baile.
Havia uns quantos cantadores, e
violas; dava pra dançar a tirana, o anu e a mancada na casa-grande e no
terreiro.
O
Reduzo foi se fazendo de sancho rengo... e foi se encostando pra janela
da sala de jantar..., e por ali foi comendo e bebendo, como soldado estradeiro,
que não se aperta...
A noiva estava como um defunto:
branca, esverdeada, de olhos fundos e chorando sem alívio; a negra, ama,
atrás dela, muito
retinta, só mexia
o branco dos
olhos, parecia uma
alma penada, do purgatório...
O
ilhéu é que estava solto!...
Parecia que tinha
bicho-carpinteiro, o desgraçado!...
Só estava era meio vendido com o
jeito da noiva, mas fingia não se dar por achado, o velhaco...
Um convidado levantou-se e fez
uma saúde; depois outro, e outro e outro; cada um fazia o seu verso. Havia
risadas, o noivo agradecia.. . a noiva chorava.
Os convidados
aplaudiam; moças também
botaram versos; os
rapazes respondiam; foi se
virando tudo numa alegria geral.
Nisto o capataz da estância
chegou à porta e pediu licença pra oferecer um verso à saúde do noivado, e
botou uma décima bem bonita. Outros, posteiros e agregados, também.
Nesse entrementes o velho Severo
perguntou:
—
Que é do Reduzo? Oh! Chiru?...
—
Pronto, patrão, respondeu o caboclo.
—
Então?… e a saúde prometida?
—
Já vai, sim senhor!
E amontoando-se para a mesa, bem
junto dos que estavam sentados, frente a frente dos noivos, olhando pra sia
Talapa o chiru levantou o copo e disse:
Eu venho de lá bem longe,
Da banda do Pau Fincado:
Melancia, coco verde
Te manda muito recado!
E enquanto todos se riram e
batiam palmas, enquanto o ilhéu se arreganhava numa gargalhada gostosa, e o
velho Severo, mui jocoso, gritava — gostei, chiru! outra vez! — e enquanto se
fazia uma paradita no barulho, a noiva se punha em pé como uma mola, e com uma
mão grudada no braço da ama, já não chorava, tinha um cobreado no rosto e os
olhos luziam como duas estrelas pretas!…
Lindaça ficou, como uma Nossa
Senhora!
O Reduzo aproveitou o soflagrante
e soltou outro verso:
Na polvadeira da estrada
O teu amor vem da guerra:...
Melancia desbotada!...
Coco verde está na terra!…
Amigo! Nem lhe sei contar o
resto!...
A noiva atirou-se pra trás e
pegou aos gritos.
A gente da mesa levantou-se toda;
o mulherio correu, pra acudir...
O
padre-vigário benzia pra os lados...
O
ilhéu olhou para o Reduzo, viu-lhe o facão atravessado… e tomado dum mau
espírito, gritou furioso e escarlate:
—
Foi esse negro, com tanta arma, que estarreceu a menina!
Um que estava perto do chiru
gritou-lhe na cara:
— Que desaforo é este?...
O Reduzo — cuê-pucha! índio
dente-seco! — largou-lhe os cinco mandamentos, de em cheio!
Porém caíram-lhe em cima; foi uma
desgraceira!
O ilhéu, do outro lado da mesa
sampou-lhe com uma botija de bebida, que acertou bem entre o queixo e o ouvido
do chiru...
Fechou o salseiro, nem se sabia
bem com quem.
Nessa inferneira
o Reduzo mergulhou
por baixo da
mesa e quando
surdiu, foi para
arriar o braço, dar uma volta na
traira e reiunar o ilhéu…
E antes que o picassem — que o
picavam! — pulou por uma janela e se foi ao galpão onde montou no primeiro
matungo que encontrou e abriu os panos!…
O resto é simples.
Passados dois
dias chegava o
Costinha, como bagual
com couro na
cola; e apresentou-se
ao velho Severo, pedindo a mão da moça, O velho teve de desembuchar,
contar o compromisso em que estava
e que até
havia se demorado
o casamento por
causa dum estropício
mui bruto, que
tinha havido,.. O Costinha não quis saber de nada… armou banzé...; veio
a moça à fala...
Vancê imagina: rebentou o laço
pra mais de quatro..
Pra não afrontar o velho Severo,
o Reduzo teve de andar escondido. Tempos depois do Costinha já casado, então o
chiru tomou conta dum posto; depois passou a capataz.
Era o confiança da casa.
Veja vancê que artes de
namorados: Melancia… Coco-verde!…
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Nota:
João Simões Lopes Neto: "Contos Gauchescos" (1912)
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Nota:
João Simões Lopes Neto: "Contos Gauchescos" (1912)
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