HISTÓRIA DUMA GAIVOTA
No álbum da senhorita Emília
Schuttel
Conheci, uma vez, uma menina
inglesa, de cinco anos, galantíssima e loura, que não sabia ainda gorjear,
trinar a linguagem cantante e musical de v. exa., e que cantava com
graciosidade infinita e interessante dificuldade de expressão, a um grupozinho
encantador de crianças, a história adorável de uma gaivota que possuíra.
Era a beira-mar, numa dourada
tarde de setembro.
A história, que pude recolher com
fidelidade no meu espírito, pela galanteria e ingenuidade, repassadas de
afeição e tristeza com que saiu daqueles lábios de boneca — foi a seguinte:
“Eu tive uma gaivota... Era
mansa, muito mansinha... Já cantava e voava... Depois... depois moriu!...”
***
Senhora! – foi o que sucedeu à
minha Musa.
Santa Catarina - 1885
---
Nota:
Virgílio Várzea: "Contos de Amor" (1901)
Nenhum comentário:
Postar um comentário