domingo, 22 de setembro de 2013

Virgílio Várzea: "História duma Gaivota"

HISTÓRIA DUMA GAIVOTA

No álbum da senhorita Emília Schuttel


Conheci, uma vez, uma menina inglesa, de cinco anos, galantíssima e loura, que não sabia ainda gorjear, trinar a linguagem cantante e musical de v. exa., e que cantava com graciosidade infinita e interessante dificuldade de expressão, a um grupozinho encantador de crianças, a história adorável de uma gaivota que possuíra.

Era a beira-mar, numa dourada tarde de setembro.

A história, que pude recolher com fidelidade no meu espírito, pela galanteria e ingenuidade, repassadas de afeição e tristeza com que saiu daqueles lábios de boneca — foi a seguinte:

“Eu tive uma gaivota... Era mansa, muito mansinha... Já cantava e voava... Depois... depois moriu!...”

***

Senhora! – foi o que sucedeu à minha Musa.

Santa Catarina - 1885


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Nota:
Virgílio Várzea: "Contos de Amor" (1901)

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